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O Paracetamol
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História do Paracetamol

As primeiras observações sobre as propriedades analgésicas e antipiréticas do paracetamol foram feitas ainda no século passado, quando muitas drogas alternativas estavam sendo testadas no combate à febre e no tratamento de infecções. Das folhas da Cinchona eram extraídos as quininas; os salicilatos eram extraídos do Willow. Como as fontes naturais começaram a ser pequenas para a grande demanda de medicamentos, novos substitutos sintéticos começaram a ser experimentados.

Em 1886 a acetanilida e em 1887 a fenacetina: duas novas drogas foram introduzidas no mercado, com vantagens sobre a quinina, pois possuiam atividades piréticas juntamente com atividades analgésicas! Em 1893 um novo composto, paracetamol, foi sintetizado: este também tinha notáveis propriedades antipiréticas e analgésicas!

Tanto a acetanilida, a fenacetina, e o paracetamol pareciam ter exatamente o mesmo efeito sobre o organismo. Em 1895 foi constatado a presença de paracetamol em pacientes que haviam ingerido fenacetina; em 1889, em pacientes que haviam ingerido acetanilida. Somente em 1948, entretanto, foi que Brodie e Axelrod constataram que paracetamol era o maior metabólito da fenacetina e da acetanilida; este trabalho levou a conclusão de que tanto a acetanilida e a fenacetina são convertidas ao paracetamol, no organismo, sendo que esta é a substância com efeito analgésico e antipirético! Mais tarde verificou-se que a fenacetina também exerce efeito farmacológico mas, como praticamente toda a fenacetina é convertida ao paracetamol na primeira passagem pelo fígado, o efeito farmacológico da fenacetina só é obtido com doses extremamente altas.

O trabalho de Brodie e Axerold levaram o paracetamol ao comércio: tabletes de 500mg de paracetamol começaram a ser vendidos na Inglaterra, em 1956. Seu uso logo se tornou extremamente popular, puro ou combinado com outros fármacos, como descongestionantes, e, hoje, o paracetamol é o analgésico e antipirético mais usado no Reino Unido.


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Vantagens do Paracetamol

Seus efeitos analgésicos (combate à dor) e antipiréticos (combate à febre) são comparados aqueles da aspirina;
  • Não existem grupos de pessoas que não possam usar o paracetamol;
  • Não apresenta interações indesejáveis com outros fármacos;
  • Não existem efeitos colaterais quando a dose for a recomendada;
  • Pode ser indicado para crianças e bebês, ao contrário da aspirina;
  • Pode ser indicado para pacientes alérgicos à aspirina;
  • É muito bem tolarável para pacientes com úlcera péptica.
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    Overdose de Paracetamol

    O paracetamol é vendido sob a forma de tabletes com 500mg ou sob a forma de emulsão líquida, para crianças. Para uma dose de 1000mg, o pico do nível de paracetamol no sangue é de 20mg/litro, e ocorre entre 30 minutos a 2 horas após a ingestão. O tempo de meia vida no organismo é de cerca de 2 horas.

    Paracetamol é metabolizado pelo fígado, sendo que 90% é metabolizado para glucoronídeos e sulfatos, 5% é eliminado sem metabolização, e apenas 5% é oxidado para benzoquinoneimina. O produto da oxidação, a benzoquinoneimina é uma substância altamente reativa e normalmente se combina com glutationas, presentes no fígado. Se a dose de benzoquinoneimina for muito alta, toda as glutationas são consumidas e, neste ponto, a benzoquinoneimina reage com a proteína do fígado, levando a injúrias no órgão. O tempo requerido para o consumo total das glutationas e o posterior ataque à proteína do fígado é de 3 a 4 dias. A dose letal de paracetamol é superior a 15 gramas!

    O tratamento da overdose consiste no tratamento sintomático seguido da administraçao de um antídoto. Existem dois antídotos eficazes: metionina (ingestão oral) e acetilcisteína (aplicação intravenosa). Ambos restauram a capacidade do fígado em produzir glutationas para combinação com a benzoquinoneimina. O antídoto pode ser aplicado até 24 horas após a overdose, com total recuperação do fígado!


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